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O
samba-enredo, também chamada de
samba de enredo, é um sub-gênero do
samba moderno, surgido no Rio de Janeiro na
década de 1930, feito especificamente para o desfile de uma
escola de samba. Anualmente, as
escolas de samba costumam promover concursos internos, onde várias músicas são apresentadas ao público em suas quadras, onde ao final, normalmente entre os meses de setembro e outubro, uma delas é escolhida como samba-enredo oficial para o
Carnaval do ano seguinte. Algumas vezes, opta-se por fundir dois ou mais sambas-enredo que sejam do agrado dos membros da escola.
[1] O samba campeão embala a escola durante a fase de preparação, ensaios técnicos até ser apresentado no
desfile de carnaval. Para que um samba seja considerado samba-enredo, o mesmo deve retratar o enredo escolhido pela comissão de carnaval da escola (não confundir enredo com tema). O samba-enredo é um dos quesitos utilizados no julgamento dos desfiles das escolas. A evolução da escola em muito depende do andamento do samba e seu desenrolar na avenida: algumas escolas preferem deixar o samba mais calmo, outras mais agitado, ou ainda mais românticos! Tudo depende de seu estilo de desfile que pode mudar de carnaval para carnaval. Escolas de Samba que tradicionalmente se apresentam com uma quantidade muito grande de componentes, em geral usam uma batida mais rápida para acelerar o movimento dos foliões na avenida e manter a harmonia do conjunto.
[editar] Criação do samba-enredo
Considera-se como primeiro samba-enredo, um samba da Unidos da Tijuca cantado no desfile de
1933,
[2] embora haja controvérsias sobre o assunto. Até
1947 as escolas de samba cantavam durante o desfile, dois ou três sambas que não faziam alusão ao enredo. Composto de um refrão pronto anteriormente e, durante o desfile, eram feitas improvisações. Em
1946, a instituição que, à época, organizava os desfiles das escolas de samba, proibiu a improvisação, exigindo que todas usassem o samba-enredo, que já havia surgido, sendo cantado eventualmente por algumas escolas. Ficou famoso neste ano o caso da escola de samba
Prazer da Serrinha, que ensaiou o samba-enredo "Conferência de São Francisco" (de autoria de
Silas de oliveira e
Mano Décio da Viola), mas no momento do desfile acabou por apresentar um samba de terreiro, o que levou a escola a uma má colocação e precipitou o surgimento da dissidência
Império Serrano, no ano seguinte.
[editar] Gravação dos sambas-enredo
O primeiro samba-enredo gravado foi "Exaltação a Tiradentes", de Fernando Barbosa Júnior e
Mano Décio da Viola, Estanislau Silva e Penteado, pelo cantor
Roberto Silva, com o título reduzido para simplesmente "Tiradentes", para o Carnaval de
1955, mas obteve pouca repercussão. O samba tinha sido apresentado pela Império Serrano, originalmente em
1949. Em
1967, o samba-enredo da
Mangueira "O Mundo Encantado de Monteiro Lobato" fez sucesso por todo o Brasil, em gravação de
Eliana Pittman, estimulando o lançamento do primeiro álbum de sambas-enredo, que reunia todos os sambas do ano, em
1968, intitulado "Festival do Samba".
[editar] Sambas-enredo antológicos
A classificação de um samba-enredo como antológico varia muito, tratando-se de opinião pessoal. De modo geral, podemos listar alguns sambas-enredo que marcaram determinada época, tendo se destacado por crítica e/ou público.
Vai-VaiNa arca de Noel,quem entrou não saiu mais.
Ano | Escola | Enredo |
1949 | Império Serrano | Exaltação à Tiradentes |
1951 | Império Serrano | 61 Anos de República |
1953 | Portela | Seis Datas Magnas |
1955 | Mangueira | As Quatro Estações do Ano |
1956 | Mangueira | O Grande Presidente |
1957 | Salgueiro | Navio Negreiro |
1960 | Portela | Rio, a Capital Eterna |
1960 | Salgueiro | Quilombo dos Palmares |
1961 | Tupy de Brás de Pina | Seca do Nordeste |
1961 | Mangueira | Reminiscências do Rio Antigo |
1962 | Império Serrano | Rio dos Vice Reis |
1963 | Salgueiro | Xica da Silva |
1963 | Beija-Flor | Peri e Ceci |
1964 | Salgueiro | Chico Rei |
1964 | Império Serrano | Aquarela Brasileira |
1964 | Portela | O Segundo Casamento de Dom Pedro I |
1965 | Império Serrano | Cinco Bailes da História do Rio |
1965 | Salgueiro | História do Carnaval Carioca - Eneida |
1966 | Portela | Memórias de um Sargento de Milícias |
1967 | Mangueira | O Mundo Encantado de Monteiro Lobato |
1967 | Vila Isabel | Carnaval de Ilusões |
1968 | Lucas | Sublime Pergaminho |
1968 | Império Serrano | Pernambuco, Leão do Norte |
1968 | Salgueiro | Dona Beja, a Feiticeira de Araxá |
1968 | Vila Isabel | Quatro Séculos de Modas e Costumes |
1969 | Imperatriz | Brasil, Flor Amorosa em Três Raças |
1969 | Salgueiro | Bahia de Todos os Deuses |
1969 | Império Serrano | Heróis da Liberdade |
1969 | Vila Isabel | Yayá do Cais Dourado |
1969 | Portela | As Treze Naus |
1970 | Portela | Lendas e Mistérios da Amazônia |
1970 | Imperatriz | 1922, Oropa, França e Bahia |
1971 | Portela | A Lapa em três tempos |
1971 | Salgueiro | Festa para um Rei Negro |
1971 | Mocidade | Rapsódia de Saudade |
1972 | Vila Isabel | Onde o Brasil Aprendeu a Liberdade |
1972 | Portela | Ilu-Ayê - Terra da Vida |
1972 | Imperatriz | Martim Cererê |
1973 | Mangueira | Lendas do Abaeté |
1974 | Portela | O Mundo Melhor de Pixinguinha |
1975 | Portela | Macunaíma, Herói de nossa Gente |
1975 | São Carlos | A Festa do Círio de Nazaré |
1975 | Salgueiro | O Segredo das Minas do Rei Salomão |
1976 | Em Cima da Hora | Os Sertões |
1976 | Império Serrano | A Lenda das Sereias - Rainha do Mar |
1976 | Lucas | Mar Baiano em Noite de Gala |
1976 | São Carlos | A Arte Negra na Legendária Bahia |
1976 | Mocidade | Mãe Menininha do Gantóis |
1976 | Mangueira | No Reino da Mãe do Ouro |
1977 | União da Ilha | Domingo |
1977 | Império Serrano | Brasil, Berço dos Imigrantes |
1977 | Império da Tijuca | O Mundo de Barro do Mestre Vitalino |
1978 | União da Ilha | O Amanhã |
1978 | Salgueiro | Do Yorubá à Luz, a Aurora dos Deuses |
1978 | Beija-Flor | A Criação do Mundo na Tradição Nagô |
1978 | Cubango | Afoxé |
1980 | Imperatriz | O que que a Bahia têm ? |
1980 | Portela | Hoje Tem Marmelada |
1980 | Vila Isabel | O Sonho de um Sonho |
1980 | União da Ilha | Bom, Bonito e Barato |
1980 | Beija-Flor | O Sol da Meia-Noite - Uma Viagem ao País das Maravilhas |
1981 | Portela | Das Maravilhas do Mar Fêz-se o Esplendor de uma Noite |
1981 | Imperatriz | O teu Cabelo Não Nega - Só Dá Lalá |
1982 | Império Serrano | Bumbum Paticumbum Prugurundum |
1982 | União da Ilha | É Hoje |
1982 | Lucas | Lua Viajante |
1983 | Império Serrano | Mãe Baiana Mãe |
1983 | Ponte | E eles Verão a Deus |
1983 | Mocidade | Como Era Verde o meu Xingu |
1983 | Unidos da Tijuca | Brasil, Devagar com o Andor porque o Santo É de Barro |
1984 | Portela | Contos de Areia |
1984 | Vila Isabel | Pra Tudo se Acabar na Quarta-Feira |
1984 | Salgueiro | Skindô Skindô |
1984 | Caprichosos | A Visita da Nobreza do Riso a Chico Rei, num Palco nem Sempre Iluminado |
1984 | Mangueira | Yes, nós Temos Braguinha |
1984 | Ponte | Oferendas |
1985 | Caprichosos | E por falar em saudade |
1985 | Mocidade | Ziriguidum 2001, um Carnaval nas Estrelas |
1986 | Império da Tijuca | Tijuca, Cantos, Recantos e Encantos |
1986 | Beija-Flor | O Mundo É uma Bola |
1986 | Império Serrano | Eu Quero |
1987 | Estácio de Sá | O Ti-ti-ti do Sapoti |
1987 | Mocidade | Tupinicópolis |
1987 | Ponte | GRES Saudade 1988
Nenê de Vila Matilde
O poeta falou Zona Leste somos nós
|
1987 | São Clemente | Capitães do Asfalto |
1988 | Vila Isabel | Kizomba, a festa da raça |
1988 | Mangueira | Cem Anos de Liberdade: Realidade ou Ilusão? |
1988 | Caprichosos | Luz, câmera e ação |
1989 | Imperatriz | Liberdade! Liberdade! Abra as Asas sobre Nós |
1989 | Ilha | Festa Profana |
1989 | Arranco | Quem Vai Querer? |
1990 | São Clemente | E o Samba Sambou |
1990 | Mocidade | Vira, Virou, a Mocidade Chegou |
1991 | Viradouro | Bravo! Bravíssimo! - Dercy Gonçalves, o Retrato de um Povo |
1991 | Salgueiro | Me Masso se Não Passo pela Rua do Ouvidor |
1991 | Mocidade | Chuê, Chuá... As Águas Vão Rolar |
1992 | Estácio | Paulicéia Desvairada - 70 anos de Modernismo no Brasil |
1992 | Mocidade | Sonhar Não Custa Nada! Ou Quase Nada... |
1993 | Grande Rio | No Mundo da Lua |
1993 | Salgueiro | Peguei um Ita no Norte |
Referências
[editar] Ligações externas